Central divulgou nota em que reconhece o trabalho positivo de secretaria especial criada por Lula
Em nota divulgada hoje (13), a CUT repudiou a intenção do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), de acabar com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Criada no governo do ex-presidente Lula para coordenar propostas elaboradas em conjunto com os movimentos sociais, a Seppir contribuiu decisivamente com o “processo de tomada de consciência, do reconhecimento da dívida histórica do Brasil com sua população negra e a construção de uma nova realidade”, diz a nota, lembrando que o governo de Michel Temer (MDB-SP) deu início ao processo de desmonte da secretaria.
A nota ressalta, ainda, a experiência de 500 anos de luta por direitos dos negros e negras brasileiros, que “nunca desistiram frente aos açoites, às degradações e às injustiças ao longo de muitos séculos e não será agora que se deixarão abater”. A CUT reafirma o compromisso “de continuar à frente na organização da defesa da causa negra e a resistência contra todo tipo de violação aos direitos de todos os humanos, como bem proclama há 70 anos a Declaração Universal dos Direitos Humanos”.
“Trabalhadores e trabalhadoras, homens e mulheres, crianças, jovens e idosos, negros e negras do Brasil, a luta não começa agora, ela começou há mais de 500 anos”, afirma a nota.
Confira a íntegra a nota:
Depois de 14 anos de avanços significativos, conquistados com intensa luta durante os governos democráticos e populares do PT, e dos muitos retrocessos impostos pelo governo ilegítimo de Michel Temer à população negra no Brasil a partir de 2016, parece não ter limites o avanço da direita racista em nosso País.
Poucos dias antes de assumir o poder, o novo governo já antecipa o que se esperava de Jair Bolsonaro: um novo e duro golpe contra os direitos humanos em geral e especialmente contra os direitos dos negros com a já anunciada extinção da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a SEPPIR.
O início do processo de tomada de consciência, do reconhecimento da dívida histórica do Brasil com sua população negra e a construção de uma nova realidade que emergiu dos governos Lula e Dilma mostraram ao Brasil e ao mundo a decisão de fortalecer a participação de homens e mulheres negros, antes invisíveis, na vida e no debate sobre o que somos e o que queremos para nosso país.
Após o impeachment de Dilma Roussef, a extinção do Ministério da Igualdade Racial pelo governo de Michel Temer foi parte natural do processo de desconstrução e de volta ao status quo, tentando colocar a população negra “de volta ao seu devido lugar”, sem respeito, sem a garantia de defesa institucional de seus direitos, sem fóruns de debate e representação social, sem justiça social e sem voz como cidadãos de direito e de fato.
As declarações racistas e preconceituosas de Jair Bolsonaro e a postura omissa de sua futura Ministra das Mulheres, Família e Direitos Humanos bem mostram o que espera pela população negra a partir de 2019: MUITA LUTA!
Os negros e negras brasileiros tem mais de 500 anos de experiência em lutar por seus direitos. Nunca abriram mão da luta, nunca desistiram frente aos açoites, às degradações e às injustiças ao longo de muitos séculos e não será agora que se deixarão abater!
Ao mesmo tempo em que repudia veementemente a forma como a questão da população negra foi conduzida pelo governo Temer e reconhecendo que as dificuldades se aprofundarão no governo Bolsonaro, a CUT assume o desafio de continuar a frente na organização da defesa da causa negra e a resistência contra todo tipo de violação aos direitos de todos os humanos, como bem proclama há 70 anos a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Trabalhadores e trabalhadoras, homens e mulheres, crianças, jovens e idosos, negros e negras do Brasil, a luta não começa agora, ela começou há mais de 500 anos.
Vamos seguir juntos, mostrando força, garra e determinação em lutar pelos nossos direitos.
UNIÃO, ORGANIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO POR UM PAÍS MAIS JUSTO, MENOS DESIGUAL E SEM RACISMO!
São Paulo, 13 de Dezembro de 2018.
Direção Executiva CUT Nacional
Fonte: RBA | www.redebrasilatual.com.br
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